Levantando-se com o sol
_ Por mais tarde eu vá
me deitar – contou-nos Chico –, sempre me levanto muito cedo, com os primeiros
raios do sol, para alimentar os animais que moram aqui conosco... Trata-se de
uma obrigação que não relego a ninguém! Enquanto puder, serei eu a cuidar
deles. Nas noites frias, forro-lhes a cama com cobertores e jornais, que,
depois, precisam ser torçados. O “Brinquinho” e a “Fofa”, por exemplo, se
habituaram a tomar água gelada nos dias mais quentes... A água precisa estar
sempre fresquinha, retirada da geladeira. Uai! É o mínimo que a gente pode
fazer por quem nos dá tanto carinho! Eu não deixo que a vasilha com água
servida a eles crie lodo, nem consinto que se misture a comida de hoje com a de
ontem...
Os
animais, assim como toda a Natureza, estão sob a nossa tutela neste mundo. Um
dia, haveremos de prestar contas de nossos atos também para com eles. No Mundo
Espiritual, nas dimensões mais altas, os animais não são maltratados, como
acontece na Terra – existe respeito por toda a Criação. O que antes os homens
faziam com os próprios homens agora é feito com os animais, que sofrem muito. A
exploração, a morte, muitas vezes com requintes de crueldade... Eu via muitas
vacas chorando por outras, quando elas eram buscadas para serem mortas nos
frigoríficos. Aquilo me cortava o coração... Os bezerros que choravam por suas
mães, das quais, por vezes, eram apartados com violência. Muitos me dizem: _
Mas a ciência, Chico, necessita dos animais como cobaias... Sim, ainda
necessita, mas, quando o homem tiver verdadeiro amor, tudo isso se lhe
dispersará! Há carma do homem em relação aos animais também; aliás, em relação
a toda a Natureza... Eu não me importo: se vou, por exemplo, me deitar as 4, 5
horas da manhã, no máximo às 6 e meia devo estar de pé... Enquanto eu puder,
vai ser assim!
Só
depois que os alimento é que vou tomar café. Os que moram e trabalham aqui
conosco sabem que não estou mentindo. Quando viajo, deixo tudo recomendado... Eu
não posso sair como se não estivesse deixado ninguém em casa!
Chico Xavier, o amigo dos
animais – Carlos A. Baccelli
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