sábado, 17 de janeiro de 2009

A janela da alma


Naquele dia, por um momento fugaz, o tempo parou. O vento não soprou mais, os pássaros pararam de cantar, as folhas não mais caíram no chão. E eu parada próxima a janela, com os olhos fixos no nada, desejei que aquela notícia fosse um engano. O mundo se desfez! As esperanças não se renovaram, os sentimentos tornaram-se confusos, a única sensação certa do momento foi o desamparo. Foi naquele dia de natal, que percebi a fragilidade da vida. Por mais perfeita que seja a criação de Deus, ela é efêmera. Foi naquele dia de natal, que senti vazio dentro de mim, que percebi o que é ausência, perda e solidão. Lembro bem que naquele dia de natal, olhei para o céu esperando respostas... Mentira... Na verdade eu desejei que ele voltasse, como desejo até hoje. Naquele dia havia sol, mas para os meus olhos o céu estava nublado, o vento não soprava, os pássaros não cantavam, a vida parou... Como parou dentro de mim. O mundo foi o espelho do meu coração. Naquele dia o mundo se desfez dentro de mim. Mas agora é diferente, penso diferente, meus sentimentos são diferentes, enxergo as coisas de maneira diferente...Hoje, quatro anos depois, o céu ainda não tem o mesmo azul, o sol não brilha da mesma maneira, o vento não sopra com a mesma suavidade. Hoje, quatro anos depois, ainda estou me reerguendo, ainda estou recomeçando. E aos poucos vou me afastando daquela janela, acreditando que boas notícias virão.

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.:Felicidade se acha em horinhas de descuido...:.

.:Felicidade se acha em horinhas de descuido...:.