terça-feira, 27 de maio de 2008

Autores crúeis

Fico imaginando como os(as) autores(as) de livros conseguem ser tão crueis...eles escrevem um livro, fazem uma sinopse super bacana, colocam uma capa maravilhosa, para que você fique bastante tentada a ler...
Você, como uma boa leitora, avalia a capa, avalia a sinopse e decide começar a desbravar o livro. O primeiro capitulo já foi, depois o segundo, quando percebe já leu metade do livro...ai pensa: "Que livro bom, tão interessante que nem reparei o tanto que já li!"
Mas o final está se aproximando, você começa a não se aguentar de curiosidade, leva o livro para onde vai, para o ônibus, trabalho, banheiro, antes de dormir...e mesmo quando não está lendo está pensando no personagem que você tanto gosta e que sonha em poder dar algumas dicas para que ele consiga resolver o problema da história. Está gostando tanto que começa a sonhar com livro, se envolve com os personagens, se entristesse com eles, ri com eles e fica super satisfeita quando tudo dá certo (parece até que o sucesso foi nosso!)
E não mais que de repente chega o final do livro...que decepção! Aconteceu exatamente o que você torceu durante a história inteira para que não ocorresse, o autor (a) escreveu exatamente aquilo que imaginava que faria você odiar o livro pelo resto de sua vida.
Os(as) autores(as) são pessoas crúeis e egoistas, não pensam no bem estar do leitor, na alegria do leitor, nem imaginam o quanto o leitor sofreu, lutou, emocionou e chorou no decorrer da história.
Pois é...estou arrasada! O livro que estava lendo - A Hora das Bruxas (Anne Rice) - acabou comigo...acompanhei toda a história, durante dois volumes, me envolvi com os personagens, torci por eles, fiquei com raiva das atitudes deles, para que o final fosse dauqle jeito, justo daquele jeito.
Como tenho vontade de agredir a autora, quando vejo aquela fotinho sorridente na contra capa, tenho vontade de rasgá-la em pedaços! Como ela foi capaz de escrever "aquele" final - se é que pode chamar de final - depois de me fazer torcer tanto pelo personagem super bacana, depois de tantos momentos super legais que imanginei para ele. Como é possível um(a) autor(a) escrever toda uma hitória (super fantátisca, por sinal) e estragrar o livro nos últimos capitulos?
Estou arrasada! Estou decepicionada! Não posso ficar pensando nisso, porque lembro que quero destruir a cara da autora...
Hoje foi um dia muito triste...o livro que estava amando acabou....e da pior maneira possível...
A autora que me aguarde...deixa eu encontrá-la na rua...deixa....

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Mire e veja!


"Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando."

Guimarães Rosa

sábado, 10 de maio de 2008

Quebra cabeça e gnomos. Tudo a ver!


Hoje iniciei um projeto bastante ambicioso: montar quebra-cabeça. É algo muito proveitoso porque trabalha a mente, a concentração e principalmente a paciência. Durante o processo acontece coisas muito interessantes como: você tenta encaixar "aquela" pecinha, tendo certeza que o lugar dela é aquele, mas ela não entra, de jeito nenhum e em nenhuma posição. Quanto mais você tenta mais ela não entra, coisas de gnomos. Com o sentimento de derrota você a larga para lá, mas após alguns minutos de batalha com outra, você olha para "aquela" novamente, ela olha para você, ao tentar de novo, magicamente ela entra naquele MESMO lugar que já havia tentado cem mil vezes. Gnomos!!!!
Tem pecinhas que se escondem o tempo todo, quanto mais você procura mais ela se esconde, para depois aparece de forma suspeita e estratégica naquele lugar que você procurou até embaralhar as vistas. Gnomos novamente!!!
Quando o quebra-cabeça está praticamente todo montado, restando apenas 7 ou 5 peças(tanto faz o número, isso acontecerá, é inevitavel!), o lugar para encaixa-las é maior do que o tamaho delas, por mais que tente sobrará espaço...você pensa como isso é possível? Não é possível... são gnomos novamente!
Quando finalmente consegue completar o trabalho, você olha com orgulho para o quebra-cabeça, sem nenhum espaço sobrando, descobre que terá que desmonta-lo porque não tem como guardá-lo. É tão mais fácil e rápido desmontar, a impressão é de que ele se auto destroi. Se você piscar tendo em mente a idéia de desmonta-lo quando abrir os olhos ele já estará em pedaços. Gnomos???? Acho que sim...
Mas não se importem com os gnomos, eles são nossos amigos e só querem se divertir (as nossas custas, mas é!). Quebra-cabeça é um trabalho muito bom se fazer, trabalha a cabeça, ocupa a mente e faz novas amizades: com os gnomos!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

As horas

Cheguei a brilhante conclusão de que somos pessoas muito complexas. Não sei se já é da nossa natureza sermos assim, se a vida nos torna assim ou se nós nos tornamos assim. Estamos sempre observando a vida alheia, para conhecermos o que vamos invejar. Invejamos o emprego, o dinheiro, o namorado, a faculdade, tudo que pertence ao outro é objeto de desejo. Invejamos até a alegria alheia. Não seria mais fácil compartilhá-la ao invés de cobiçá-la? Não seria mais gratificante ser parte, ou até mesmo o motivo, dessa alegria ao invés de buscar-mos algo para compará-la, ou até mesmo superá-la?
Reclamamos que a vida está curta, que o tempo passa muito rápido e estamos sempre correndo. Corremos para o ponto de ônibus, corremos para o trabalho, para o almoço, corremos para podermos dormir mais cedo, corremos para o final de semana ou o feriado chegar mais rápido, corremos sempre, mas nunca temos tempo suficiente para nada!
Se o dia tivesse 48 horas, poderiamos dizer aos nosso pais o quanto o amamos, aos nossos amigos o tanto que eles são importantes, agradeceriamos pela saúde que temos, sorririamos mais, e ainda acreditariamos no futuro. Mas não temos tempo!
Não devemos correr atrás do tempo e sim acompanhá-lo. É necessário aproveitarmos as horas que o dia oferece. Converse sobre seu dia, sobre suas dúvidas e inseguranças, diga o quanto alguém é importante para você e o quanto o ama, você não sabe quanto tempo ainda tem!
O grande Mário Quintana já dizia:
-O Tempo-
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê já se passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais. "

sábado, 3 de maio de 2008

O Grande Ditador

"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos! Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

(O Último discurso, de O Grande Ditador)

.:Felicidade se acha em horinhas de descuido...:.

.:Felicidade se acha em horinhas de descuido...:.